quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Shenke um ano sem andar

    É verdade. Por questões profissionais, em que pura e simplesmente não tinha muito tempo para andar de mota, a minha Shenke esteve parada mais de um ano, pois da última vez que ia pegar nela a bateria tinha se descarregado. E por outro lado antes de parar, dava sintomas de custar a pegar. 

   É certo que de vez em quando dava umas voltas com a minha SYM GTS 125, que neste momento também está parada pois deu um sinal esquisito "de libertação de águas" e também deixou de trabalhar, ficando com uma luz de aviso no painel , solicitando uma intervenção mecânica. Assim sendo em breve também terei que andar à volta dela para ver o que realmente se passou.  

   Mas passemos à Shenke. Bateria nova, tudo pronto para a pôr de volta, e nada. A mota nem luzes, nem amperímetro da bateria a funcionar, nada, nem motor de arranque a virar, Nada. Foi muito tempo parada, estaria zangada!

   São alturas em que uma pessoa fica desesperada. Mas eu sei que esta mota, não pode ir ao mecânico, tenho que ser eu a desmontar e a montar, e a descobrir por mim o que se passa. 

   Nunca lhe tinha limpo o carburador, e como ela antes de deixar de trabalhar já dava uns sinais de engasgue, resolvi desmontar e limpá-lo. Aí verifiquei logo uma possível causa do "engasgue", que a mota sofria e que valei anteriormente. A junta que liga a falange de borracha que sai do carburador ao cilindro estava meia partida como se vê na foto, e tudo muito ressequido. Esta junta antiga não tem abertura ou rasgo para levar um o ring e por isso lhe coloco uma junta de papel e lhe coloco um pouco de massa das juntas. Mas como a moto esteve parada  estava tudo ressequido por isso devia ter alguma fuga por aqui. Coloquei o dedo na janela de admissão, dei ao  Kickstarter, e o motor sugava, portanto tinha compressão. Aparentemente tudo estaria a funcionar bem com a parte superior do motor.  



Liga a chave, nada. Tira a vela, tinha corrente na vela. Volta a pôr a vela nada. Vamos à ficha ver se existe corrente. Não tinha corrente para trabalhar. Faço ligação direta com uma chave de fendas no relê de partida e ela vira. Menos mal! Parte do problema estava resolvido. O ideal era mesmo pôr os fios todos à mostra, testar a sua continuidade, com o multímetro e ver se algo está errado. E voilá! Durante a desmontagem vejo que um dos fios estava com o plástico derretido e colado a outro. Era o fio que trazia corrente da chave. Fiz um enxerto com um bocado de fio e a coisa ficou resolvida. Mas mesmo assim o arranque elétrico não fazia o motor virar. Mão na cabeça e coçar a cabeça. Pensar. 

                           

   Vamos usar a caneta, e ver onde existe, e onde não existe corrente. A caneta de prova é fundamental para usar num trabalho deste tipo. 


   Umas vezes dava outras vezes não dava corrente em determinados fios nas fichas. Toca a limpar as fichas. Dá-me a sensação que nas fichas por vezes verificamos a existência de uma patine nas ligações metálicas por isso convém raspar tudo muito bem para termos metal a tocar em metal. Rodo o comutador onde está o botão de arranque, e zás o motor vira. Vai pegar! Rodo outra vez e nada. Vi logo que existia algo a isolar o ponto de massa que este comutador possui no guiador. Toca a desmontar e limpar tudo. Podia ser a massa-consistente que coloquei em abundância no punho do gás que tenha ido parar lá.  Provável! Aliás, nestas motas convém sempre verificar o ponto de massa no canhão da ignição e os pontos de massa no quadro e no motor, pois se não tivermos uma ligação boa ao nível do polo negativo da bateria com o quadro e com o motor a mota dificilmente vai pegar. 

   Tudo limpo, tudo ou quase tudo testado mais gasolina no depósito, pois a que lá tinha, também tinha um ano e tal e eis que a SHENKE volta à sua plena força e vitalidade, e eu deixo de coçar a cabeça e me começo a rir. 

      Depois disto tudo, fiz cerca de 100 Kms a moto conta com 32636 km, e o motor parece novo. Acredito por isso que com uma manutenção cuidada e utilizada sem grandes exageros durará muito mais. É uma 125cm3, simples de tratar e uma boa escola para quem quiser aprender mecânica para poder mexer em máquinas maiores, e mais sofisticadas. 
   Em breve vou ver se consigo pôr a SYM a trabalhar, e espero por isso também em breve contar mais uma história sobre a minha relação com estas motas. A ver vamos. 

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Uma questão de água

Pois é! 

Era mesmo uma questão de água as manchas castanhas que iam aparecendo na tampa do motor da SYM. Eu tinha mudado apenas uma vez a água do radiador a esta mota. Aliás nunca me preocupei muito em mudanças de água. Mudava sempre mais o óleo, sendo a água muito mais secundária. Também nunca tive muitas motas refrigeradas a água, e por isso nunca valorizei muito isso. 

Tenho muitas saudades da minha Bandit 400 de 1993 refrigerada a água, mas com essa mota fiz apenas 5000 km e logo a vendi. Por isso nunca fiz muitos Kms com uma moto de radiador. A SYM GTS é a que está à mais tempo comigo e espero que ainda fique comigo por muito mais tempo. 

A fuga de água que atrás falei, era derivada ao facto de um elemento metálico que serve de apoio para a ligação entre dois tubos de água se ter corroído, e assim fazer com que as abraçadeiras ai utilizadas não  estivessem a cumprir a sua função (ver ultima imagem com circulo laranja). Mas mesmo neste estado e com esta fuga a mota nunca aqueceu em demasia. É sem dúvida uma grande mota e conta com 28835 Km rodados. 


segunda-feira, 10 de julho de 2023

O cabo dos trabalhos...

Vai muito tempo desde que publiquei aqui a última mensagem, mas o tempo não tem sido muito, e as operações que mais uma vez a Shenke exigiu foram de grande monta. A moto esteve muito tempo parada, e teve que ser totalmente desmontada (menos o motor). No fundo tive que refazer a moto. 

Eu soldar, soldei, e reforcei o quadro com parte das bainhas da XF 17, mas a coisa não ficou em condições e então a moto parecia um io, io, 

Solução para isto foi pegar num dos quadros que possuía das motos que desmontei, e montar nele a Shenke, só que esses quadros ainda por cima eram diferentes, tive que fazer mais soldaduras, e mais alterações. Mesmo os plásticos de umas motos não serviam para a outra. Assim sendo, só com muita paciência é que consegui resolver o problema, pois como gosto bastante da mota não podia desistir. 

No final ela estava mal disposta e não queria pegar de todo, e mais uma vez tive que verificar a instalação elétrica. Numa ficha que vai à chave da ignição havia um perno com sinais de ferrugem, o que fazia com que a moto não pegasse. Perno fora da ficha, e um bocado de lixa e a moto voltou a pegar e a despertar para a vida. 

O que me dá gozo nesta Shenke, é ela me dar dores de cabeça e eu conseguir resolver a coisa sempre. Nem imagino o dinheiro que gastaria se tivesse que a levar a uma oficina para resolver todos os problemas que me foram surgindo nesta máquina, que agora já conta com 31309 Km, contra os 27760 Km da SYM, e vão continuar a somar Kms. 













sexta-feira, 30 de julho de 2021

Um ligeiro apanhado

É altura de fazer um ligeiro apanhado sobre as duas scooters, que estiveram algum tempo sem rolar. Atualmente a SYM GTS 125 conta com 25103 Km e a SHENKE YY 125 T 19 conta com 28691 Km.

No que diz respeito à SYM foi colocada uma correia nova, e esta estava a fazer um barulho esquisito,  talvez por ser nova. Com o tempo foi deixando de fazer esse barulho com tanta frequência. Por outro lado para pegar era um filme e não estava a desenvolver devidamente. 

Por que seria que a mota não desenvolvia........desmontei o carburador todo, limpei-o devidamente, montei e nada a mota continuava com os mesmos sintomas, custava a pegar e desta vez nem sequer tentei andar nela.........o que seria. Válvulas desafinadas. Talvez! Toca a desmontar, e efetivamente as válvulas não estavam devidamente afinadas, não possuíam folga nenhuma. Toca a afinar. Na internet ainda não consegui encontrar um manual de oficina para esta mota o que encontrei até hoje foi o de SYM JOYRIDE, e para afinar as válvulas foi por esse manual que me guiei até hoje. Assim 0.12 para cada uma das válvulas de escape e de admissão com uma tolerância com uma tolerância de 0.02 para cada uma delas respetivamente. Como não possuo uma lámina de afinação com essa espessura coloco a que está antes 0.10 e a depois 0.15, sendo que a 1ª passa com uma ligeira folga e a segunda já não passa. Deixo aqui algumas imagens destes trabalhos.

                                       

                                       

                                       

                                       

                                                  

                                       







                                        




                                                 

Quanto à Shenke o caso foi mais complicado, sempre a trabalhar muito bem mas de repente começou a a não querer fechar o banco e outras vezes a fechar muito bem quando estava no descanso central. A determinada altura começou a fazer um barulho estranho, como se algo estivesse a roçar........saio fora da mota deito a mão à parte de trás e vejo que aquilo estava solto, ui.....partiu o quadro.....e partiu mesmo. Eu já sabia que as scooters chinesas partiam os quadros, e já estava mais ao menos à espera que um dia acontecesse isso com a minha, mas é uma coisa meio estranha que mesmo com o quadro partido ela continuava a andar. Bem que podiam ter feito a coisa um pouco mais resistente, bastava ter um tubo mais resistente ou com outra secção. Mas pronto é o que há, e para não voltar a partir por o mesmo sitio e para reforçar aquilo, cortei o quadro em mais dois sítios onde não existia tanta complicação de ferros e apoios soldados, e coloquei parte de umas bainhas velhas de uma XF 17 para reforçar e soldei tudo, e para já parece que a coisa se aguentou. Mais umas vez ficam aqui umas imagens da operação efetuada.










sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Revisão SYM GTS 125

   Já não andava na SYM à 1 ano. A mota ficou "abandonada" e sempre que podia ia junto dela e desmontava mais uma peça, para fazer uma revisão. Como não tinha muito tempo, a coisa teve que ser assim aos bocados, levando assim uns bons meses para a levar ao osso, coisa que já tinha feiro várias vezes na Shenke. Álias a Shenke já foi toda desmontada por mim, toda mesmo. Na SYM ainda não existiu essa necessidade, e espero que tão cedo não exista.
Durante esta desmontagem deu para ver que a mota é efetivamente muito bem construída, e os materiais são de ótima qualidade, existindo um enorme cuidado na pormenorização e na introdução de equipamentos, que a Shenke efetivamente não possui, mas temos que ter em atenção que são máquinas distintas, e quanto a mim em segmentos de mercado muito diferentes. Por exemplo, esta mota possui uma luz para o compartimento existente por baixo do banco, um amortecedor para o próprio banco (para a operação de abertura), e uma coisa que descobri apenas quando desmontei a mota foi a existência de uma tomada para carregamento de telemóveis no porta luvas. Fantástico! E eu que andei com aquilo no meio da França, sem ter onde carregar o telefone, e sem este a funcionar, e com vontade de falar com alguém….valeram me as belas paisagens, a graça das francesas nos cafés e um cigarro a acompanhar. 
Assim sendo, a revisão passou pela troca da água do radiador que estava uma lástima, pois nunca tinha sido mudada (estava toda castanha), mudança do óleo das suspensões, transmissão e motor,  pela lubrificação da caixa da direção, filtro de ar novo, lâmpada de médios nova, e afinação de válvulas. Esta operação nesta scooter é muito mais complicada de realizar do que na Shenke, pois aqui são duas válvulas por cilindro e uma pequena abertura para cada um dos conjuntos de válvulas, escape e admissão.  E se para a admissão a tarefa é pacifica, para as válvulas de escape a tarefa é digna de um quebra cabeças, no meu caso optei por deitar a mota no chão para conseguir fazer isto com mais rigor.
Para carregar as suspensões temos que utilizar uma chave própria, que mandei vir pela net, e para a porca da direção, existe também uma ferramenta própria, mas no meu caso serviu um pano e um alicate de pressão.
Por fim resta dizer que para quem quiser efetuar este serviço, a mota começa a ser desmontada pelos espelhos e pelo tampão da gasolina. No meu caso como era a 1ª vez comecei por trás e depois por baixo, e por todos os parafusos visíveis, só depois é que vi os invisíveis, e como tal a coisa demorou mais tempo.  A scooter está agora um "relóginho" e conta com 23160 Km.