segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SYM Mudança de correia



Com 15640 Km rodados decidi mudar a correia de transmissão e os roletes da Sym, para não ter de passar por aquilo que passei com a Shenke em que a correia me rebentou em plena auto-estrada, e num sítio com bastante trânsito………valeu-me o sangue frio e a sorte de não ter levado com nenhum carro em cima. Devia ter mudado a correia aos 10000 Km mas como não andei muito ia deixando a coisa por fazer.
Ao contrário da Shenke, em que as engrenagens estão todas à mostra, na Sym as mesmas estão todas blindadas, exceção feita à abertura da ligação à cambota. Esta mota possui uns acabamentos exemplares, e uma qualidade excelente, basta vermos a qualidade de um parafuso que fixa a tampa da transmissão.
Para se efetuar a substituição dos roletes, necessitamos de um fixador de polia ou “Pulley Holder” em Inglês, e de um roquete para desapertar a porca. Quem quiser ser mais especialista pode utilizar uma máquina de desapertar porcas. No meu caso possuo uma elétrica, e em baixo deixo imagens de algumas ferramentas anteriormente descrevi para realizar esta operação
Gostaria de referir que os roletes usados tinham aproximadamente as mesmas medidas dos novos!
Por fim para que tudo fique a funcionar bem devemos limpar tudo muito bem, lubrificar o que é para lubrificar, e ao apertarmos a polia onde estão os roletes, não se deve apertar esta em demasia.
Entretanto e como gosto de arranjar motas, quase tanto como de andar nelas, resolvi adquirir uma XF 17 SUPER em Dezembro do ano passado no estado de parida, .......e de olhos fechados lá a trouxe para casa toda desmontada!!! Este filme contarei em breve! ............mas por mau negócio que tenha feito, que acho que não fiz, a XF permitiu-me aprender.......e isso é coisa que não tem valor. Agradeço a foto ao homem  que me vendeu a mota (ó meu deste me um trabalho !!!), e tenho pena de um dia não a poder levar para correr na Aparecida!













quinta-feira, 18 de junho de 2015

O Porquê de uma Honda MB




Decorria o ano de 1983 e eu circulava pelo Porto com a minha Casal 50.6, andei nela uns anitos e ao contrário de todas as Casal 50.6 a minha mantinha-se original, exceção feita ao escape do Aristeu.

Tinha uns amigos que também andavam de mota, e um deles era particularmente conhecido no meio das duas rodas daquela altura, pois acreditava sempre que as suas motas andavam mais do que qualquer outra. O Zaga, cujo verdadeiro nome era Manuel Gonzaga Mengo Pinto, nascido em Nova Lisboa, agora Huambo, era verdadeiro perito em mandar alterar e dizer que tudo estava original. Pelas suas mãos passou uma Honda CB 50 J azulinha, em que dei umas boas voltas, e que mais tarde foi parar às mãos do Rui Valentim. O Zaga acreditava piamente que aquilo era uma bomba. O seu pai tinha sido importador da Datsun no Huambo, e para ele a Honda era tudo. Conversa puxa conversa, esta anda e esta anda mais, e uma bela noite fizemos um picanço, ele na Honda e eu na Casal pela Rua da Alegria abaixo que acabou com a CB J enfiada na frente de um carro que subia a Rua Firmeza, o Zaga aos trambolhões e eu a berrar ó Zaga, ó Zaga!

Ele também teve um DT 50, sem junta de colaça e com a janela do escape maior do que entrada do Túnel do Infante, que nos tempos áureos dos picanços da Via rápida dava para passar a brincar pelas DT de origem, e para manter o ego do Zaga bem alto. Depois veio a MB 5 vermelha com escape do Barros, a Kawasaki AR 125 e a Yamaha TZR 250. Esta última esteve abandonada uns bons tempos na porta da minha casa no Porto, e o Zaga queria que eu a comprasse por 2 dólares. Para o Zaga 2 dólares eram duzentos contos, mas a mota estava que metia dó, coberta com uns plásticos que lhe arranjei e com arames a segurar os escapes...........agora ficava com ela. Fiquei foi sempre de olho na MB. Aquela MB na Via Rápida era um ferrinho, e mexida como estava também dava para fazer umas boas brincadeiras. Lembro-me de uma vez, ter pegado nela numa noite muito fria e em plena Rua de Costa Cabral no Porto ter passado no Barcarola bem acima dos 120 Kmh. Naquela altura nós acreditávamos que Deus estava sempre connosco, e portanto era sempre a abrir, se não guiássemos nós, guiava Deus. Aquilo para mim era uma mota de sonho, embora eu antes tivesse tido uma Yamaha MR 50, e sonhado também com a Suzuki RG 50 anos antes, a MB era outra coisa, e por isso agora tenho uma bem guardada, que quando raramente sai à rua me leva novamente a ter 17 anos, pena é que já não possa deixar o Zaga dar uma volta, ou mesmo fazer um picanço com ele, o homem já não está neste mundo, fruto de uma vida muito pouco regrada que nada tinha a ver com o uso das motas,..... mas ficará sempre na minha memória, ele, a MB-5 vermelha e todas as outras motas.

Não se pode dizer que tenha feito um restauro à Honda MB. Simplesmente a desmontei, excepção feita ao motor, a pintei, coloquei um filtro de ar, limpei o carburador (para no final meter um novo) carreguei bainhas, meti um novo pistão no bombito do travão da frente, e a levei a um mecânico para verificar a instalação elétrica. No fim de tudo isto fiquei com uma Honda MB quase nova. Aqui deixo algumas imagens desse trabalho.